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quarta-feira, 19 de setembro de 2012



SIBUTRAMINA E SUA EFETIVIDADE

Mesmo considerando as melhorias já implantadas no processo de controle na venda dos anorexígenos os riscos “continuam existindo” para os pacientes que ainda os utilizam. Eles podem provocar reações indesejáveis no sistema 
nervoso central, cardiovascular e gastrintestinal. Além disso, eles possuem 

um elevado potencial para abuso, dependência, tolerância e abstinência 
(BEHAR, 2002). Devido ao alto potencial para dependência e tolerância, os anorexígenos não são recomendados para tratamentos que ultrapassem 8 a 12 semanas. Apenas a sibutramina foi aprovada para uso prolongado (>12meses), por ser considerada mais segura, sem potencial para abuso e dependência.



Atualmente, os anorexígenos têm sido questionados quanto à efetividade em longo prazo. Até hoje, nenhum estudo clínico controlado e randomizado, envolvendo um número grande de pacientes, demonstrou que eles produzem benefícios à saúde por um longo período. Embora causem perda de peso maior nas primeiras semanas de tratamento, em torno de 0,2 kg por semana, a redução de peso atribuível aos anorexígenos é em geral modesta, e uma recuperação parcial de peso ocorre quando eles são usados por período superior a um ano. Além disso, em quase todos os casos, a perda de peso alcançada com inibidores de apetite é revertida, quando o tratamento é interrompido e não são mantidas mudanças nos hábitos alimentares e atividade física.

A sibutramina é a única que vem demonstrando benefícios em longo prazo. Associada à dieta, induz a uma perda de peso, em torno de 5 a 9% inicial até 12 meses, e manutenção por no máximo 2 anos em uso do medicamento. Entre os anorexígenos, o mazindol e a sibutramina são os que apresentam menos efeitos grave e menor potencial para abuso, por não apresentarem relação com anfetamina (FLIER, FLIER, 2009).

Já a sibutramina não apresenta histórico associado a anormalidades valvulares ou hipertensão pulmonar (LI, CHEUNG, 2009). Geralmente os efeitos adversos provocados por ela são mais brandos, mais tolerados e de duração menor, quando comparado com os anorexígenos noradrenérgicos, nos quais incluem; dor de cabeça, boca seca, insônia e prisão de ventre. A preocupação maior com a sibutramina está relacionado a risco cardiovascular, que inclui aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, em que uma dose de 10 a 15 mg/dia, pode levar a um discreto aumento da pressão de 2 a 4 mmHg, e na frequência cardíaca de 4 a 6 bpm (FLIER, FLIER, 2009).

Opinião: Os anorexígenos anfetamínicos não deveriam ser recomendados, e não justificaria criar novas normas na tentativa de aumentar mais o controle, já que os riscos que eles podem causar são verdades científicas bem documentadas. Para a sibutramina, medicamento até então parcialmente efetivo e único mantido, foi implementada uma nova resolução que mantém as mesmas restrições existentes, mas com um termo de responsabilidade que informa bem sobre todos os riscos, restrição do uso e tempo limitado, no intuito de aumentar mais o controle sobre ela e evitar danos à saúde. Diante os riscos apresentados pelos anorexígenos, a decisão da ANVISA de proibição dos três anorexígenos é a mais viável, e a manutenção da sibutramina por enquanto é tolerável sob um controle mais rígido. Porém outras soluções devem ser tomadas para que a proibição não traga problemas como; a produção dos medicamentos sem a devida licença e fiscalização da vigilância sanitária e a venda ilícita. Portanto, o investimento em pesquisas de novos medicamentos que sejam eficazes, seguros e acessíveis é fundamental, diante da opção limitada de medicamentos para emagrecer, com a sibutramina e orlistate.

Por Deildeala Barros.

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